Wednesday, January 09, 2008

Reentré

Caros e presados leitores,
vós que diariamente, nos últimos dois anos, tendes vindo visitar este centro de palavras e ideias, premindo, com a avidez de um toxicodependente perante algo acabado em "ina", o botão de "refresh" (recarregar em estrangeiro) do browser (qualquer coisa em estrangeiro), com a sede de um novo post meu...

REJUBILAI

É verdade, voltei a beber. Consequentemente voltei a escrever. E voltei a escrever o quê? Esta miséria de frases que tendes perante vós. Ai, como sois baratos...

Muitos de vós deverão estar altamente intrigados e inquirirão o porquê desta ausência. Quanto a isso meus caros, deixo-vos com duas ideias para pensarem :

1 - A vossa vida é extremamente pobre!!!!
2 - A calansice é que se revela verdadeiramente o ópio do povo.

Até breve.

Thursday, June 30, 2005

Aumento do IVA causa dores rectais

Dado o inusitado teor intelectual e socialmente activo deste blog, é indispensável um comentário ao orçamento de estado e respectiva compensação ou regulação do desconchavo défice de 6 e picos pontos percentuais.

Aliás, toda a nação (e inclusive o próprio governo) anseiam pelo parecer inusitado da minha pessoa sobre este assunto, como uma luz que possa salvar esta fossa económica ou um retornado El-rei D.Sebastião com um MBA.

Assim, meus caros, após demorada ponderação, descobri o maior equívoco nas medidas retificativas : a subida do IVA.
Trata-se de um lapso lamentável por parte dos srs ministros, mas de dificil reconhecimento no entanto. Provavelmente não tiveram o mesmo raciocínio calculista ou a mesma perspicácia intelectual com que contei, ou então não fumaram as mesmas coisas que eu.

A esta altura já o presado leitor se enche de um sentimento de comunhão enquanto apregoa para si próprio :
- Ah eu sabia pois claro!!! O IVA e ospois as coisas é mais caras e assim. E ospois as pessoas custa-lhes mais a iri ao supermercado ne? Pois, eu sabias tombém já disso. E as injustiças sociales e essas cenas dos sindicatos pa. - ao que eu remeto : nada disso meu caro amigo de baixíssimo intelecto (vulgo burro do caralho). O problema é que as receitas provenientes dos 3% de aumento, são depois altamente descompensadas pelo aumento de despesas de saude causadas pelas inúmeras enfermidades causadas pelo mesmo.

- Ah pois claro nes? Porque ospois as pessoas compram menos comida e ospois comem menos e ca magreza que se lhes dá e tal, ospois ficam doentinhas ne? - pergunta o ignorante leitor. Mas não meu borrego (e aconselho o leitor a privar-se de qualquer raciocínio, pois pode-lhe dar uma câimbra nalguma sinapse e é um bico d'obra). Tratam-se de gravíssimos problemas rectais. Passo a explicar :

Ora é bem sabido que o aumento do IVA irá causar aumentos em produtos não vistos como de 1ª necessidade, produtos esses, no entanto, de 1ª necessidade para quem os vende, para poderem ganhar o seu. Para além do aumento do custo dos mesmos, o consumidor, no sentimento de retenção e de dificuldades económicas, sente-se retraido para a compra, resultando num duplo factor negativo para quem os comercializa. A solução, ou o apaziguar da situação, passa pela compensação de um dos dois factores : ou se cortam nos custos de aquisição, ou se estabelece um maior número de vendas.

Sugiro agora, dada a elevada carga de conhecimento que foi dado a absorver pela incompetente massa encefálica do leitor, que faça um "breakzinho" (é intervalo em estrangeiro) de 5 minutos antes de prosseguir a leitura. Se, entretanto, já começou a salivar é melhor estender o intervalo a 10 minutos.

Como é dificil garantir um maior número de vendas (dado a elevada dependência de factores externos), a solução mais garantida será reduzir o preço de compra. Para reduzir o preço da compra, não sujeitando o produto à taxa de IVA, existe uma ferramenta indispensável : o contrabando.

Até agora, o leitor ainda não conseguiu estabelecer qualquer relação entre todo este extenso discurso de economia e o titulo do post (admirava-me era se conseguisse), no entanto estão fortemente ligados. Qual é, afinal, o maior repositório introdutor de substâncias ilegais no nosso país, seja por vias aéreas ou até terrestres, que o recto do contrabandista/dealer?

Quantas toneladas e toneladas de droga, para além de diamantes e outra joalharia, já transportaram estes senhores no cu (não todas de uma vez espero) para poderem passar alfândegas e seguranças de aeroportos? Quantos tubos de pomadinhas e lubrificantes já foram barrados e consumidos por estes senhores?

E agora, vendo-se alargado o leque de produtos e aumentada a necessidade e procura, ainda terão de trazer volumes de tabaco, perfumes, electrodomésticos, etc...
Então e cu para isto tudo? Os srs minitros não pensaram nisso não?
Até para referir que a maior parte das pomadas são consideradas como produtos de cosmética e nem têm participação do estado. E estes senhores, que até lhes faço uma saudação especial (de pé e tudo para ser solidário), nem um seguro de saúde têm em condições. Um seguro que lhes trate do rabinho convenientemente e com os cuidados e celeridade necessária, dado que é o seu principal instrumento de trabalho (não confundir com a fauna do parque Eduardo VII). É que nem uma almofadinha hemorroidal têm direito no avião pá! E este tipo de injustiças revolta-me profundamente.

Ou seja, estão entregues ao serviço público de saude, com o consequente aumento do descambar do orçamento para a saude (então ao preço que andam os clisteres hoje em dia) e a demora a que estes mui nobres senhores estarão sujeitos entre viagens :

- Ó Crispim, precisava de mais umas garrafitas para a festa da vodka no sábado, e de mais tabaco para encher as máquinas pá. Fazemos negócio ou quê?
- Eh pá ó Zé pá! Não vai dar que tenho de fazer uma esfoliação ao duodeno, e só a tenho marcada para daqui a três semanas. E, até lá, já me disse o médico que nem uma amostra de Johnie Walker posso mandar cá p'a dentro.

Estão a ver como isto vai afectar toda a economia em geral?
E não é para alarmar, mas consta que se a gasolina continua a aumentar... não tarda muito temos cisternas chamadas Zé Pedro.

Ai ai srs ministros. Mais atenção para a próxima.

Monday, June 27, 2005

Patologias Pimba

Aí vem o Verão, tempo de calor e praia. Amigo dos biquinis e das bejecas na esplanada, da festarola e poucas preocupações ( tirando a criminalidade própria da época balnear ).
Assim pensais vós prezados leitores ( todos os 3 ), mas alerta!! O Verão traz um mui grave perigo.
Como o sabeis ( se não o sabeis já aprendestes qualquer coisa ) Portugal é a potência mundial dos organistas. Todas as grandes referências do orgão Yamaha, com ou sem caixa de ritmos, são portugueses ou discípulos de portugueses, tendo esta arte a sua demonstração derradeira, o seu expoente máximo, nesta época que se avizinha ( mais para Agosto se não caio em engano ) com os bailaricos nas aldeias. Quem não quer dar o seu pezinho de dança com a "imigranta" jeitosa, ao som de grandes senhores da música como Quim Barreiros ou Amarante? Quem não anseia por acertar o passo ao ritmo de um "Ponho o carro, tiro o carro" ou um "Chupa Teresa, chupa Teresa, esse gelado tão gostoso tem sabor de framboesa"?
É o delírio! Criam-se sonhos nessas pistas de terra batida, ao som do organista e ao sabor da "mine". Ora hoje vamos a Adubadeiras de Baixo, ora amanhã a Esturreira do Monte. E assim andamos o Verão todo.

"Atãoces e ó caralho que já não percebo nada!! Onde é que está o perigo que havia falado este palhaço?" - insurge indignado o leitor.

Pois bem meus caros, camuflada por entre a tecla do orgão, recondita na partitura do "Bacalhau quer alho", lá está ela, perigosa e com mais manhas que a raposa : a Patologia Pimba.

A história que vos conto, conto-a de experiência própria, sofrida com o meu próprio sofrer.

Após um mês insessante de "tour" entre bailaricos, tal é a exposição e o estímulo a esta indumentária musical, que a patologia se aloja no lóbulo frontal do nosso cérebro, ocupando por completo a nossa razão. Toda e qualquer acção é então filtrada e adaptada à conjuntura pimba, com referência ao maroto trocadilho que o popular tanto gosta. Mas cuidado, pois tal advência pode levar a extremos de, inclusive, privação alimentar.

Como pode tal ser? É verdade é verdade, e passo a exemplificar.

Lembro-me de no verão de 2003, parar numa mercearia de gente conhecida, e inquirir pelos produtos alimentares, não me conseguindo privar do eventual jogo de palavras :

- Oh dona Amélia, já tem o melão maduro?

- Oh jovem! Vem cá ver por ti.

ou outros casos :

- Oh dona Armelinda, posso-lhe provar a cerejita?

- Oh amori! 'Tava a ver que nã pedias....

e pronto, lá me enrolava com as senhoras, e acabava por não comprar a fruta. Chegava a casa para o jejum apenas, já se queixando os vizinhos da sonoridade do ronco do meu estômago.

Após comentar a minha cruz com um presado amigo, ele sugeriu-me que alternasse as minhas compras para o estabelecimento do Sr.Marcelino, que agora se encontrava sozinho na mercearia, dado que a sua esposa tinha ido uma semana para Montegordo sozinha com o rapaz musculado cabo-verdeano de 22 anos que haviam adoptado (mais por insistência da Sra. Marcelino). Assim, sem presença feminina, talvez conseguisse provir-me de algum stock alimentar.

No entanto, mais este episódio se revelou infeliz . Mirei umas meloas que me pareciam demasiado maduras, e, no intuito de verificar se já fermentavam, inquiri ao Sr. Marcelino :
- Ó sr. Marcelino, posso-lhe apertar a fruta - ao que o Sr. Marcelino começou de imediato a salivar. Não se envolveu comigo, embora me tenha sentido deveras inconfortável com os olhares que me lançou, e confesso que senti vómitos ao notar que se lambia.

Por consequência destes e outros casos, desenvolvi um défice vitamínico que tive de compensar com suplementos alimentares ( enviados pelo correio, ora porra!! ) para além de incomodativos chatos dada a pobre higiene genital das senhoras das mercearias.

Para além de todo este sofrimento, foi necessário adquirir uma colectânea dos delfins para proceder ao "desmame pimba" ( lá estou eu porra!!! ), tendo após o 2º album atingido um estado perfeitamente vegetativo que me causou algumas lesões cerebrais (agora acho o Miguel Ângelo tão querido).

Assim, aqui remeto o alerta meus caros, ponho o carro tiro o carro, mas só de vez em quando!!! Chupa Teresa mas com cuidadinho!!! ( MAU!!! Mas tu queres ver que tenho de ir ouvir os delfins outra vez? ).

Thursday, June 23, 2005

Ora porra

Como havia referido no meu primeiro post, o nome deste blog foi a principal razão da sua existência.

No entanto, hoje deparei-me com um grande estigma. Num acto de inspiração, atingiu-se-me o intelecto com um nome que satisfaria (é este o condicional de satisfazer? Esta gramática... ) ainda melhor a minha felicidade. Ora mirem :

O Blogalhau quer alho

Estará o prezado leitor neste momento puramente abismado e sem palavras, perante tal grandiosa inspiração.
Este meus caros, era o titulo da minha vida, o pico do meu escalar, a meca dos meus textos.

E branda o caro leitor :

- Ah! Atãoces e o primeiro post caralho? Atão aquela merda da risada geral e mai nã sei quê? Ora porra!

e com toda a razão. Mas decerto que me bastaria transcrever a letra do eloquente hino de Ricardo Saul ( o Blogalhau que alho, é o melhor tempero, quem comer alho fica rijo "comum" pêro!! Ai éééééééé ) para desencadear um substituto adequado.

E agora que fazer? Criar um novo blog e transcrever os textos para lá? Então e o imenso trabalho e transtorno que isso pode causar. Então e os seguidores que este blog já consegui(obrigado papá e mamã!)?
No entanto, se não o fizer, sinto que privo a humanidade de um momento de genialidade. O mundo precisa de um "Blogalhau quer alho". Como me posso privar da minha felicidade?
AAAIIIIIII a ingratidão do momento, a injustiça da fortuna que me calhou.

Mais valia ter ficado na ignorância que ter tido esta revelação. Assim todo o sentimento muda. Claro que continuo a gostar no meu "bloguinho", mas assim será como aquele filho que a gente gosta muito mas que nunca foi como o menino do vizinho, que tem boas notas e não traz drogados cá para casa.

BLOGUM INGRATAE EST!!!

Friday, June 17, 2005

Mas que lindo sonho.

Já havia criado este texto num site bonito, mas dada a sua eloquência e profundidade esotérica, aqui o deixo :

Hoje sonhei que era uma menina loura num vestido as florzinhas e um chapeu de palha. Brincava num prado a beira rio, no meio dos passarinhos.
Depois cresci e tornei-me numa cabra do caralho. Mas a custa de ser uma cabra do caralho, paguei um BMW Serie 5 e 2 apartamentos ( um na Costa e outro no Estoril ).

Entretanto acordei e disse para mim:
Ora PORRA. Nao sou uma cabra do caralho. Tenho de ir trabalhar e fazer pela vida. Valeu pelo sonho.

Thursday, June 16, 2005

Ais as putas das misturas!

Já havia comentado este interessante facto com uma série de amigos e amigas, mas para vós ( que não tivesteis o privilégio da minha companhia nessa altura ) aqui recrio esta discussão ( ou monólogo ).

Ora bem, isto refere-se a aquelas bebedeiras monstras, acompanhadas das características má disposição, náuseas, tonturas e ( qui ça ) vómitos com fartura. Quando inquiridos com o sucedido o bêbado tem sempre a tendência da desculpa :
- Eh pa! Foi por ter feito misturas! As misturas dão cabo de mim.

Ora pois. Atãoces o facto de teres encharcado 3 garrafas de vinho ao jantar, e outras 3 litrosas de cerveja à noite não teve NADA a ver com a coisa. O problema foram os 2 licorzinhos depois. Porque, segundo parece, podemos encharcar em quantidades 3 níveis de grandeza acima dos habituais que é tudo tranquilo. No entanto, AI DE QUEM, AI DE QUEM beba mais de 3 qualidades diferentes.

É perfeitamente natural que depois de 15 canecas durante a tarde, e 4 litrosas ao jantar, encontremos um desgarçado ( desgarçado é desgraçado com um copo a mais ) na casa de banho de um bar, que por pouco não manda o estômago e o intestinos nos seus espasmos gástricos, lamentando-se entre vómitos :
-AIAIAIAIAIAI caralho. Não devia ter bebido este shot.

Não foram os 8 litros de alcool que já tinhas no bucho pois não ó meu borrego? Foi aquele copinho piquinito e enchido a meio que te fodeu todo não foi?

Ora foda-se.

Ora bem

Cá está o costumário primeiro post. Aquele meio inutil que não serve para nada a dizer que já temos um blog e mais não sei quê.
Pois bem, o que é que me levou a ter um blog? Estaria, por ventura, armado em poeta? Quereria sensibilizar o público feminino ( com intuito de coito ) com a minha veia literária? Seria uma necessidade de expressão?
AH!!! O CARALHO!!! Eu queria mesmo era ter um blog chamado VaiBlogaralho. Que assim parece que estou constipado enquanto exerço um acto socialmente mal aceite.

E isto, meus caros, é um poço de trocadilhos. Imaginem a conversa :

- Eh pa! Agora tenho um blog.
- Ai é? Atãoces qual é que é para eu ver?
- Olha! VAIBLOGARALHO!!!

e pumba, é a risada geral.
Ou imaginemos que saio do meu local de convivio, anunciando a um amigo que vinha escrever no blog. Ao sair, um 3º ( ou uma 3ª foda-se ) inquire ao 1º sobre a minha saida :
- Onde é que ele vai?
Ao que este tem logo resposta certa :
- Olha! VAIBLOGARALHO!!!

e pumba, risada geral.

Sou um génio caralho!!!
Vá, não vos esqueceis de gritar bem alto a cada um dos vossos amigos : VAIBLOGARALHO!! e após a reacção fisica e violenta, limpam o sangue da vossa face e explicam que é um blog, terminando tudo na ( adivinharam ) risada geral.